Assisti à notícia da morte da cantora Amy Winehouse sem nenhuma surpresa. Já fazia algum tempo que ela demonstrava em seus shows a insatisfação com alguma coisa. Sua morte já estava anunciada, só à espera do tempo. Como uma pessoa que consegue se expressar tão bem em suas músicas, não consegue conviver com sua própria vida e recorre às drogas?
Aprendi a admirar a Amy por sua voz, pela melodia e letras de suas músicas. Já faz tempo que separo a obra da vida do autor. Reconheço a contradição, mas não encontro outra justificativa. Todos sabem os efeitos devastadores das drogas e das misturas com o álcool. Isso é diariamente divulgado e as pessoas continuam a desafiar os limites do próprio corpo.
Não posso deixar de relacionar com os inúmeros acidentes de trânsito provocados pelos excessos com o álcool. Sem fazer apologia à vida perfeita, sem altos e baixos, sem se permitir algumas vezes fazer algumas loucuras, mas sem, também, pensar no retorno, nas pessoas que nos amam e dependem de nós. É preciso se amar mais, se curtir, se respeitar.
Pobre Amy! Rica em tantas coisas desejáveis pela maioria das pessoas, mas pobre de esperança. Que agora, talvez, ela encontre conforto.