domingo, 25 de março de 2012

Música e poesia

Nem percebemos a quantidade de textos que nos cercam. Isso acaba por reduzir o texto apenas a escola: belo engano! Lemos diariamente vários portadores de texto, seja a lista do mercado, a placa do ônibus, as instruções de uso de um eletrônico, o contrato do telefone... Você mesmo vai identificar que os folhetos de propaganda possuem os critérios mínimos de comunicabilidade e vai perceber que o texto saiu há muito tempo da sala de aula. O que a escola faz é mostrar que eles possuem mensagens explícitas e implícitas, algo do tipo, "não disse com essas palavras, mas quis dizer". Talvez por isso, tantas pessoas possuem dificuldade em fazer os tais exercícios de interpretação de texto exigidos em tarefas nada atrativas para aqueles que não possuem o hábito da leitura. 


Pensando nestas pessoas, vestidas de meus alunos, que iniciei este ano falando sobre a poesia. Por isso coletamos textos poéticos mais próximos da realidade de cada um: a música. Prefiro ainda não discutir se as letras escolhidas podem ou não ser classificadas por sua poética, pois a diversidade é grande. A primeira surpresa é perceber que a maioria não relacionava as letras com a estrutura em verso, achando que tivessem outra classificação. Da música passamos aos poemas visuais e a intencionalidade da escrita. Na poesia, assim como na música, não se diz tudo, se leva a pensar, estimulando a capacidade de dedução, elaboração de hipóteses e identificação dos recursos estilísticos. 


Minha ideia parece boa e aparentemente agradou as turmas. Resta saber se o objetivo principal foi atingido: estimular a leitura e identificar as diversidades estruturas textuais iniciando pela poesia. A escola tem dessas coisas, verificar que se aprendeu alguma coisa. Espero que assim como a música nos auxilia a encarar a vida, a poesia também possa ter a partir de agora novo significado. 

http://www.ciberpoesia.com.br/