domingo, 25 de março de 2012

Música e poesia

Nem percebemos a quantidade de textos que nos cercam. Isso acaba por reduzir o texto apenas a escola: belo engano! Lemos diariamente vários portadores de texto, seja a lista do mercado, a placa do ônibus, as instruções de uso de um eletrônico, o contrato do telefone... Você mesmo vai identificar que os folhetos de propaganda possuem os critérios mínimos de comunicabilidade e vai perceber que o texto saiu há muito tempo da sala de aula. O que a escola faz é mostrar que eles possuem mensagens explícitas e implícitas, algo do tipo, "não disse com essas palavras, mas quis dizer". Talvez por isso, tantas pessoas possuem dificuldade em fazer os tais exercícios de interpretação de texto exigidos em tarefas nada atrativas para aqueles que não possuem o hábito da leitura. 


Pensando nestas pessoas, vestidas de meus alunos, que iniciei este ano falando sobre a poesia. Por isso coletamos textos poéticos mais próximos da realidade de cada um: a música. Prefiro ainda não discutir se as letras escolhidas podem ou não ser classificadas por sua poética, pois a diversidade é grande. A primeira surpresa é perceber que a maioria não relacionava as letras com a estrutura em verso, achando que tivessem outra classificação. Da música passamos aos poemas visuais e a intencionalidade da escrita. Na poesia, assim como na música, não se diz tudo, se leva a pensar, estimulando a capacidade de dedução, elaboração de hipóteses e identificação dos recursos estilísticos. 


Minha ideia parece boa e aparentemente agradou as turmas. Resta saber se o objetivo principal foi atingido: estimular a leitura e identificar as diversidades estruturas textuais iniciando pela poesia. A escola tem dessas coisas, verificar que se aprendeu alguma coisa. Espero que assim como a música nos auxilia a encarar a vida, a poesia também possa ter a partir de agora novo significado. 

http://www.ciberpoesia.com.br/




segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Prêmio Jovens Talentos - gênero: conto



Participamos de um concurso literário promovido pelo Guajuvira Centro de Artes. João Luiz Júnior da Silva Marques ganhou o prêmio de melhor conto e Jeanderson Heleodoro Piasseski ficou em 5º lugar no mesmo gênero.

Parabéns pela iniciativa do Centro de Artes em premiar jovens talentos por suas produções textuais e pelos alunos que participaram, independente do resultado final.

Aproveite e comece a registrar suas ideias, pensamentos, monte seu próprio arquivo. Quem sabe no próximo ano teremos um livro publicado em Canoas.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

FINAL DE ANO

Parece que todo ano é sempre igual, o acúmulo de tarefas, a necessidade de férias e as combinações de festas. Posso afirmar, nenhum ano é igual ao outro, pois são as pessoas que estão a nossa volta que fazem a diferença. 

O final do ano é como o próprio nome diz, a finalização de um período. Felizmente ou infelizmente não se repetirá. O que foi vivido será guardado ou esquecido de acordo com as lembranças que foram acumuladas. A saudade será relativa de acordo com a memória. 

A única certeza é que não voltamos a trás para reparar erros, mas aprendemos a traçar novos planos, a escutar mais, a respeitar as pessoas, a compartilhar experiências. Aprendemos que o caminho se renova, inclusive nós mesmos!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Antes que o mundo acabe

Acho que o cinema contribui muito para formar opiniões sobre um assunto. Isso não significa que deva ser favorável. Com eles aprendemos a expressar as opiniões sobre as abordagens. O filme auxilia a montar o imaginário, colabora para a composição visual das imagens. Deve ser por isso que a maioria dos meus alunos prefere o filme ao livro. Não é o meu caso, prefiro os livros, porque posso montar minhas próprias imagens, imaginar as pessoas, as situações, os lugares, mas não posso negar o quando os filmes me ajudam a ensinar. 

Assistimos em aula à produção gaúcha "Antes que o mundo acabe". Um passeio pela adolescência! Observamos as variações de humor de Daniel, sua dificuldade em lidar com seus sentimentos, identificar seus pais, aceitar a irmã... Vejo nele a vontade de ser aceito e admirado pelo que faz, e principalmente saber o que quer fazer da vida. 


Num momento dificílimo de escolha profissional, Daniel passa a receber cartas de seu pai biológio, que vive na Tailândia e nunca havia entrado em contato. Essa aproximação modifica a forma como via as pessoas e suas histórias. Passa a montar as imagens, como um grande quebra-cabeça.

De certa forma, nossa vida é um grande quebra-cabeça, onde uma parte é completada por outra, formando um todo. Não somos pessoas fragmentadas, divididos em escola, trabalho ou família. Com o tempo aprendemos a lidar com nossas emoções e percebemos melhor as coisas. Deve ser isso que chamamos de amadurecer. 

domingo, 24 de julho de 2011

Amy Winehouse

Assisti à notícia da morte da cantora Amy Winehouse sem nenhuma surpresa. Já fazia algum tempo que ela demonstrava em seus shows a insatisfação com alguma coisa. Sua morte já estava anunciada, só à espera do tempo. Como uma pessoa que consegue se expressar tão bem em suas músicas, não consegue conviver com sua própria vida e recorre às drogas?

Aprendi a admirar a Amy por sua voz, pela melodia e letras de suas músicas. Já faz tempo que separo a obra da vida do autor. Reconheço a contradição, mas não encontro outra justificativa.  Todos sabem os efeitos devastadores das drogas e das misturas com o álcool. Isso é diariamente divulgado e as pessoas continuam a desafiar os limites do próprio corpo. 

Não posso deixar de relacionar com os inúmeros acidentes de trânsito provocados pelos excessos com o álcool. Sem fazer apologia à vida perfeita, sem altos e baixos, sem se permitir algumas vezes fazer algumas loucuras, mas sem, também, pensar no retorno, nas pessoas que nos amam e dependem de nós. É preciso se amar mais, se curtir, se respeitar.

Pobre Amy! Rica em tantas coisas desejáveis pela maioria das pessoas, mas pobre de esperança. Que agora, talvez, ela encontre conforto.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Carta de Abrahan Lincoln

Às vezes ainda questiono a minha função na sala de aula, isso mostra que estou viva e promovo o pensamento. Aproveitem a leitura!


CARTA DE ABRAHAN LINCOLN  AO PROFESSOR DO SEU FILHO:
 
"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.
Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.
Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."
Abraham Lincoln, 1830

Pelo dia do amigo

Recebi essa mensagem de uma amiga muito querida. 

"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril. (Fernando Pessoa)"